Viradouro, Unidos da Tijuca e Salgueiro saem na frente 

Viradouro, Unidos da Tijuca e Salgueiro saem na frente 
Império Serrano corre risco de voltar à Série A

Por Luis Leite

Fotos: Luis Leite, Wellington Jorge e Alex Nunes/Divulgação

A primeira escola de domingo a desfilar pelo Grupo Especial, a Império Serrano trouxe o tema de enredo a célebre composição de Gonzaguinha, “O que é, que é?”, música do álbum “Caminho do coração”, lançado em 1982.

Mesmo sendo uma música bastante conhecida, a verde e branco da Serrinha não empolgou o público. Faltou animação dos integrantes ao cantar o samba, que teve como ponto alto o refrão “É bonita,e é bonita”.  Com atraso devido a chuva, o Império enfrentou vários problemas durante seu desfile.  Parte de algumas alas estavam incompletas, fantasias inacabadas faltando adereços comprometendo todo o conjunto.  Algumas alegorias estavam com a iluminação apagada, inclusive o abre-alas.

Já comissão de frente vestidos de mendigos representou o nascimento de Jesus Cristo, como se fossem em dias atuais.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego e Verônica bailaram em cima de uma plataforma elevada. Na hora de se apresentar para os jurados, o pavilhão enrolou duas vezes por conta do vento forte.

O destaque, porém, ficou por conta da bateria Sinfônica, de mestre Gilmar, com paradinhas e bossas muito bem casadas com o samba.  Quitéria Chagas usou uma roupa repleta de penas de faisão. além de reinar a frente de seus ritmistas com muito samba no pé.

Unidos do Viradouro

A Unidos do Viradouro,de volta ao Grupo Especial, pisou na Sapucaí com o enredo “Viraviradouro”, o tema fala sobre o mundo mágico encantando das fabulas literárias com figuras do bem e do mal.

Comissão de frente, comandada por Alex Neoral também causou alvoroço.  trouxe efeitos especiais que foram destaque em todo o desfile.

O carnavalesco Paulo Barros abusou da tecnologia, levando bruxas voadoras, mortos saindo do cemitério e personagens marcantes da histórias infantis como: Alice no País das Maravilhas,Piratas no Caribe, Gato de Botas, A Bela e a Fera entre outros do imaginário literário e cinematográfico.

A sensação do momento foi o ‘motoqueiro fantasma’ que passeou pela avenida e levantou as arquibancadas.

A Vermelho e Branco de Niterói fez uma ótima comunicação com o público e mostrou a força e o canto de sua comunidade.  Muito bem organizada, fez um excelente desfile, com alegorias e alas impactantes em todos os setores.   As fantasias estavam devidamente confeccionadas e com fácil leitura.

Acadêmicos do Grande Rio

A Grande Rio veio logo a seguir, com enredo “Quem nunca…? Que atire a primeira pedra”, uma crítica às gafes, aos deslizes, à virada de mesa e ao famoso jeitinho brasileiro, como forma de superar os mais hábitos e construir o mundo de melhor convivência.

Destaque para a comissão de frente,que usou drones com emojis voadores, encaixados nas cabeças dos dançarinos,representando o “profeta on line.”

Quarta alegoria,trazia animais marinhos de cores exuberantes feitos de garrafas pet para simbolizar a poluição nos mares.  Além da rainha de bateria Juliana Paes, estiveram presentes como destaques de chão: Thaila Ayala, Erika Januza e Carla Diaz.

Acadêmicos do Salgueiro

Acadêmicos do Salgueiro fez um tributo ao seu patrono espiritual Xangô – o rei da justiça, desde a África até o Brasil.  A Vermelho e Branco da Tijuca levantou público nas arquibancadas com o belíssimo samba, considerado um dos melhores do ano.  No quesito harmonia foi impecável, a comunidade cantou o samba de maneira intensa.  Na plástica, alegorias quanto em fantasias bem acabadas e entrosadas com enredo.

Comissão de frente trouxe o sincretismo religioso, com devoção a Xangô associada à figura de São Jerônimo.  A união dessas entidades representa a sabedoria e a justiça da virtude dos negros e dos seus ancestrais.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Sidcley e Marcela Alves teve o melhor desempenho na avenida. Além do tradicional bailado, acrescentou passos de dança africana do Orixá Xangô.

Nos Giros das baianas

Nos giros das baianas

Na tradicional ala das baianas, as grandes senhoras guerreiras vieram fantasiadas de Iemanjá. “Negra baiana… és a rainha da beleza universal…” Relembrando o enredo “Bahia De Todos Os Deuses”, que deu ao Salgueiro o título em 1969.

Destaque para compositor Djalma Sabiá, o único fundador vivo da escola e presidente de honra, que veio em um tripé.

Ala das passistas incendiando à Marquês de Sapucaí

Viviane Araújo esbanja boa forma à frente da bateria Furiosa vestida de borboleta de Oyá.

Imperatriz Leopoldinense

Penúltima escola a desfilar, a Imperatriz Leopoldinense, narrou a história do dinheiro, de uma forma bem-humorada e crítica. A Verde e Branco de Ramos enfrentou  problemas com a acoplagem do seu carro abre-alas, logo no início do desfile, formando-se um enorme buraco entre alas, prejudicando todo andamento, e com isso pode perder ponto no quesito evolução.

Comissão de frente trouxe um Robin Hood voador jogando notas falsas para as arquibancadas.  Os pontos altos foram da bateria Swing da Leopoldina e do casal de mestre-sala e porta-bandeira Thiaguinho e Rafaela Teodoro.

 Beija-Flor de Nilópolis

Depois do Salgueiro, veio a Beija-Flor.  Atual campeã trouxe para a Sapucaí o enredo “Quem não viu vai ver…As fabulas do Beija-Flor”,contou sua história através do seus próprios enredos.  Caracterizada pela força da sua comunidade guerreira, a Azul e Branco deixou a deseja neste ano.  A agremiação de Nilópolis passou sem muita empolgação. Destaque para boa atuação da bateria de mestre Plínio e Rodney. 

A rainha de bateria Raíssa de Oliveira reinou à frente de seus ritmistas ostentando um macacão representando uma rainha africana.

Unidos da Tijuca

Última escola de domingo a desfilar ao clarear do dia, foi Unidos da Tijuca, que trouxe o enredo “Cada macaco no seu galho. Ó,meu pai,me dê o pão que eu não morro de fome”, contou a história de um dos alimentos mais populares do planeta: o pão.  Com alegorias grandiosas e alas teatralizadas, arrebatou emoção dos componentes tijucanos que cantaram o samba a todo vapor.  Sem muito luxo as fantasias estavam leves que permitiram a boa evolução da escola.

No quarto ato do desfile, relembra a peregrinação do Filho de Deus em direção ao calvário, além da quarta alegoria representando o sagrado pão através das orações, aqueles que seguiam o exemplo de Jesus: dividem o pão, multiplicando gestos de partida como salvação dos mais necessitados.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Alex Marcelino e Raphaela Caboclo com um figurino em tons amarelo representou a própria fé. Até então com entrosamentos fantásticos.

Comendo o pão que o diabo amassou

Retrata o sofrimento dos negros retirados da África e trazidos ao Brasil nos navios negreiros,como escravos.

Estreante no posto de rainha da Pura Cadência, Eliane Azevedo se atrasou ao chegar na área de concentração.  A beldade teve problema para colocar a fantasia e entrou na avenida, só no primeiro recuo da bateria.

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