Em dia de bonança, escolas encerram os desfiles da Séria A 

Em dia de bonança, escolas encerram os desfiles da Séria A 

Texto e foto: Luis Leite

Durante o segundo dia de desfiles da Série A, nesse sábado (2), a chuva deu uma trégua e colaborou para que as escolas de samba desfilassem com mais tranquilidade.

A primeira escola a entrar na Marquês de Sapucaí foi Unidos de Bangu, que trouxe o enredo “Do ventre da Terra, raízes para o mundo”. Sobre batatas, o tema retratou a importância da agricultura, com um recado direto pedindo consciência das autoridades no combate à fome e à miséria. A Vermelho e Branco fez um desfile regular e ainda contou com a falta de garra e o canto de seus componentes.
A comissão de frente, ensaiada pelos coreógrafos Luís Carlos e Natasha Lima, estreantes da série A, representou o cenário dos agricultores, Incas cultivadores de batata e a impressionante devoção aos deuses que culmina com a Inti-Raymi, a “Festa do Deus Sol”, fez uma bela apresentação,arrancado aplausos do público.

Nos quesitos Evolução e Harmonia, a escola foi bem e teve na plástica, a beleza dos figurinos. A Unidos de Bangu fez a estreia do intérprete Daniel Collete, que conduziu o carro de som de forma perfeita.

O carnavalesco Alex de Oliveira foi talentoso na aplicação de materiais alternativos ou mais baratos, como cetim e algodão. Ele trabalhou as alegorias com muito capricho,mas houve falhas de acabamento, principalmente no último carro, batata símbolo de união e paz, a mão da escultura estava faltando dedos,com isso pode perde ponto.

Segunda escola a desfilar, a Renascer de Jacarepaguá veio com o enredo “Dois de fevereiro no Rio Vermelho”, uma homenagem a Iemanjá, a Rainha do Mar. A agremiação fez um desfile compacto, porém faltou empolgação dos componentes.

Em termos de evolução, a escola fluiu adequadamente durante seu percurso. A comissão de frente representou os presentes dados à Iemanjá.

A agremiação pecou bastante na plástica: biquínis de cores diferentes em alas e adereços de mão com a madeira sem decoração alguma foram alguns dos problemas apresentados pela escola.

A seguir, veio a Estácio Sá. O Leão soltou a voz na avenida com enredo de fácil leitura, que apresentou a devoção ao Cristo negro de Portobelo, imagem encontrada no Mar do Caribe.  A evolução e a harmonia foram perfeitas. A escola veio brincando na avenida, levantando o público na Sapucaí.

As fantasias estavam volumosas e vestiam devidamente a comunidade, que cantou o samba de forma satisfatória. O destaque, porém, foi para a comissão de frente.

A quarta escola a pisar na Marquês de Sapucaí foi a Porto da Pedra, que trouxe uma proposta plástica interessante, todavia pecou na execução do desfile. O terceiro carro teve um princípio de incêndio ainda na concentração. O último carro bateu no Carvalhão e entrou na avenida com a “saia” quebrada.

Logo a seguir, a Império da Tijuca veio falando do café. Entretanto a execução plástica ficou muito aquém do se esperava. Algumas alas passaram com as fantasias extremamente simples e não apresentavam ombreiras, chapéu alto ou algum outro artifício que proporcionasse volume. Com isso a escola passou “baixa” demais e apresentou um aspecto de pouca evolução.

A Acadêmicos do Cubango foi a última escola a desfilar pela Série A. Com o enredo “Igba Cubango a alma das coisas e a arte dos milagres”, que conta a história dos objetivos de devoção que conectam os seres humanos ao sagrado, através das raízes do povo negro e indígenas, a escola fez uma apresentação arrebatadora. A comissão de frente, sob o comando de Sérgio Lobato, trouxe os romeiros com figurinos de elementos católicos, “roupas de Santos”.

A Verde e Branco de Niterói teve uma ótima comunicação com o público. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Patrícia Cunha, com a fantasia representando “A alma de um Pavilhão”, mostrou muito entrosamento na dança.

Com um desfile impecável, fantasias bem confeccionadas , alegorias grandes e bem elaboradas, a agremiação se credenciou ao título deste ano.

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