Paulo Pereira dos Santos, popularmente Capilé
Por Luis Leite
Fotos: Marcelo Moura
Paulo Pereira dos Santos, conhecido popularmente como Capilé, começou, ainda criança, frequentado os ensaios na quadra da Unidos de São Carlos (Estácio de Sá), onde aprendeu a batucar e a adotou a como escola de coração. Muitas vezes fugia de casa pra ir ao samba, ele era fascinado pelo ritmo. Nascido na Praça da Bandeira, se criou no bairro do Estácio. Com 54 anos, Capilé mora em Itaguaí, no Rio de Janeiro e não desfila mais, segundo ele, por ser evangélico.
OBatuque.com – Quando começou a perceber o dom de tocar um instrumento de escola de samba?
Capilé – Percebi o dom de tocar um instrumento quando eu tinha 12 anos de idade na escola de samba Unidos de São Carlos, hoje Estácio de Sá. Minha formação rítmica foi repique, caixa de guerra até chegar na marcação de terceira no qual eu me identifico.
OBatuque.com – Como você avalia as bossas e as paradinhas atuais? Elas atrapalham ou ajudam, na sua opinião?
Capilé – No meu tempo, quando comecei na Unidos de São Carlos, em 1979, como ritmista, não fazíamos paradinha, particularmente não sou fã, mas infelizmente hoje obrigam a fazê-la.
OBatuque.com – Por quais escolas de samba você desfilou como ritmista?
Capilé – Na Estácio de Sá, desfilei de 1979 até 1995, entre outras: Salgueiro, Vila Isabel Mangueira, Unido da Tijuca Império da Tijuca, Caprichosos de Pilares, Acadêmicos do Engenho da Rainha e da escola de samba de Belém do Pará onde eu fui diretor de bateria por dois anos.
OBatuque.com – Atualmente qual a agremiação você desfila como ritmista?
Capilé – Hoje, não desfilo mais em nenhuma agremiação, sou evangélico pastor da igreja Assembléia de Deus.
OBatuque.com – Desses, qual foi o desfile impecável da bateria?
Capilé – Foi no ano de 1979, quando desfilei pela primeira vez na Unidos de São Carlos, onde tive o privilégio juntos com demais ritmistas conquistar o Estandarte de Ouro.
OBatuque.com – Qual foi a paradinha que você mais gostou de todas as que você participou?
Capilé – A paradinha que eu gostei e participei foi do ano 1987: “O ti-ti-ti do sapoti” e “O boi dá bode”, do ano 1988, com os mestres Ricardo e Osório.
OBatuque.com – Um carnaval inesquecível?
Capilé – Meu carnaval inesquecível foram todos, exceto o ano de 1992, pois não desfilei por motivos pessoais.
OBatuque.com – Se você fosse mestre, qual seria a formação ideal para sua bateria?
Capilé – Vinte e quatro chocalhos, 20 cuícas, dez surdos de marcação primeira, 14 surdos de marcação de segunda, 12 centradores, 110 caixas de guerra e 60 repiques.
OBatuque.com – Um mestre de bateria?
Capilé – São vários mestres. Os saudosos mestres: Hélio Macadame, Darcy Cardoso, Nelson Galinha, Adílson e o Boi Pequeno, que era ritmista centrador, além de ter sido o meu professor de marcação no qual eu me espelhei, foi um dos melhores tocador de surdo de terceira da Unidos de São Carlos que eu já vi até hoje. Não podia esquece também dos meus amigos Ciça e Esteves.
OBatuque.com – Um ritmista que você admira?
Capilé – O saudoso Gordo, Marcelo BB, Sulapa, Treme -Treme, Peralta, Pinho e o ritmista que eu admiro, Leonel repique de ouro da Estácio.
OBatuque.com – Projetos para o futuro em relação à profissão de ritmistas?
Capilé – Palestrar meus conhecimentos adquiridos na bateria da Estácio de Sá.