Roberto Carlos Domingos,o Beto do surdo de marcação

Roberto Carlos Domingos,o Beto do surdo de marcação

Por Luis Leite

Fotos: Arquivo pessoal

Roberto Carlos Domingos, 55 anos, morador do Estácio, aposentado, nascido e criado na comunidade do São Carlos e estaciano de coração. Roberto também é neto da baiana que fazia a sopa de ervilha para os ritmistas da bateria da Unidos de São Carlos, hoje Estácio de Sá. Foi vendo sua avó fazendo sopa que tudo começou.

Obatuque.com- Quando começou a perceber o dom de tocar um instrumento de escola de samba?

Roberto Carlos – Sempre gostei do ritmo mas, foi na bateria da Estácio, onde eu aprendi e comecei a tocar surdo de marcação, através do meu cunhado Esteves, que também era ritmista na época.

OBatuque.com – Qual o instrumento que você mais gosta?
Roberto Carlos – Eu gosto mais da marcação de primeira, conhecido popularmente de surdo Maracanã.

OBatuque.com – Toca todos os instrumentos?
Roberto Carlos – Somente alguns.

OBatuque.com – Como você avalia as bossas e as paradinhas atuais? Elas atrapalham ou ajudam, na sua opinião?
Roberto Carlos – Eu sou da época que não faziam bossas e nem convenções, não sou amante, mas uma paradinha muito bem executada com perfeição e criativa fica bonita.

OBatuque.com – Por quais escolas de samba você desfilou como ritmista?
Roberto Carlos – Que eu me lembro foram quatro agremiações:  Estácio de Sá, Acadêmicos do Engenho da Rainha, Foliões de Botafogo e Império da Tijuca.

OBatuque.com – Atualmente, qual a agremiação que você desfila como ritmista ou diretor de bateria?
Roberto Carlos – Hoje em dia, não desfilo mais como ritmista e nem como diretor, mas como convidado de apoio de bateria, com o mestre Ciça.

OBatuque.com – Desses, qual foi o desfile impecável da bateria?
Roberto Carlos – Pra mim, particularmente, foi o desfile 1992, quando a Estácio de Sá conquistou sua maior glória, sagrando-se campeã do carnaval com enredo “Paulicéia Desvairada”.

OBatuque.com – Você pede alguma licença ou reza seu instrumento para alguma entidade antes de desfilar?
Roberto Carlos – Eu faço o sinal da cruz e peço proteção.

OBatuque.com – Qual foi a paradinha que você mais gostou, de todas as que você participou?
Roberto Carlos – A paradinha que eu mais gosto e participei foi da Estácio de Sá carnaval de 1992. Naquele ano, a bateria de um show de ritmo na Sapucaí. Até o Ayrton Senna caiu no samba.

OBatuque.com – Um carnaval inesquecível?
Roberto Carlos – Foi quando eu desfilei pela primeira vez como ritmista em 1990 na Estácio de Sá. Mas antes já desfilava na ala da comunidade, ala de apoio entre outras.

OBatuque.com – Se você fosse mestre, qual seria a  formação ideal para sua bateria?
Roberto Carlos – Vinte e seis tamborins, 24 chocalhos, 20 cuícas, dez surdos de primeira, 12 surdos de segunda, dez surdos de terceira, cem caixas e 36 repiques.

OBatuque.com – Um mestre de bateria?
Roberto Carlos – Eu sempre falo, pra mim existem três: Ciça, Esteves e Odilon.

OBatuque.com – Um ritmista que admira?
Roberto Carlos – Na atualidade tem muitos, mas dos antigos, o Mangueira, no qual eu me espelhei (marcação de primeira).

OBatuque.com – Projetos para o futuro em relação à profissão de ritmistas?
Roberto Carlos – No momento, o meu único projeto é voltar pra minha escola de samba, a Estácio de Sá.

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