Parceria de Wanderley Monteiro vence disputa de samba-enredo da Portela
Por Luis Leite
Após uma disputa acirrada entre as três obras finalistas, visando o Carnaval 2023, a Portela escolheu por volta das 5h30 deste sábado (15), em sua quadra de ensaios, o samba-enredo de Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Edmar Jr, Bira e Marcelāo.
Depois do anúncio, os portelenses saíram pela Rua Clara Nunes, onde fica a sede da escola, para comemorar com os compositores, entoando o samba como se fosse num desfile.
A noite contou com todos os segmentos da agremiação, proporcionando um espetáculo comandado pela diretora artística Nilce Fran.
No próximo ano, a Azul e Branca de Oswaldo Cruz e Madureira levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “O azul que vem do infinito”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage. O tema falará do seu centenário sob o olhar de cinco baluartes: Paulo da Portela, Tia Dodô, Natal, David Corrêa e Monarco.
O presidente Fábio Pavão ficou muito feliz com a qualidade dos sambas que participaram da disputa, chegando a afirmar que esta foi a melhor safra ao longo dos últimos 30 anos. “Qualquer uma das seis obras que chegaram à semifinal reuniam qualidades de sobra para representar a Portela na Avenida”, declarou.
A rainha de bateria Bianca Monteiro se apresentou com uma pintura corporal simbolizando a águia da agremiação.
Confira letra e áudio do samba campeão:
Prazer novamente encontrar vocês
Ali pelas bandas de Oswaldo Cruz
Nosso mundo azul ganha vez
E aquela missão nos conduz
Eu, Rufino e Caetano
No linho, no pano, pescoço ocupado…
Vencemos mesmo marginalizados
Meu olhar “viu uma” porta bandeira
A nobreza desfila humildade…
Natal nos guiou, deu Águia!
A Majestade…
“Abre a roda”, “malandro, que o samba chegou”
Andei na “Lapa”, também já “subi o Pelô”
“Macunaíma” falou: nas “maravilhas do mar”
“A brisa me levou”
Eis um “Brasil de glórias” que incandeia
A “vaidade” é um “conto de areia”
Eu vim me apresentar:
“Deixa a Portela passar!”
“Lendas e mistérios” de um amor
Casa onde mora a poesia
Clara como a luz de um esplendor
Cem anos dessa nossa profecia
Vivam esse sonho genuíno
De fazer valer nosso legado
Vejo um futuro mais lindo
Nas mãos de quem sabe o valor do passado
Ser Portela é tanto mais
Que nem cabe explicação
Basta ouvir os Baluartes
Pra chorar de emoção
Cavaco e viola… A velha linhagem
A benção Monarco pra essa homenagem
O céu de Madureira é mais bonito
Te amo, Portela, além do infinito!
