Morre a cantora Beth Carvalho 

Morre a cantora Beth Carvalho 

Texto e foto: Luis Leite

Morreu aos 72 anos, no final da tarde desta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Beth Carvalho.  Ela estava internada desde o dia 8 de janeiro, no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul da cidade.  Em nota, o hospital informou que a causa da morte foi em decorrência de infecção generalizada.  A Madrinha do Samba enfrentava graves problemas de coluna.  

O velório da sambista será realizado nesta quarta-feira (1º), a partir das 10h da manhã, no Salão Nobre da sede do Clube Botafogo de Futebol e Regatas, time para o qual Beth torcia.   Às 16h, o corpo seguirá em cortejo, com carro do Corpo de Bombeiros, para o Crematório do Caju, onde ocorrerá cerimônia apenas amigos e familiares.

Elizabeth Santos Leal de Carvalho, mais conhecida como Beth Carvalho, um dos maiores nomes do samba no Brasil, nasceu no Rio de Janeiro em 5 de maio de 1946, começou a carreira musical aos 8 anos de idade após ganhar da mãe um violão, teve como influências Sílvio Caldas, Elizabeth Cardoso e Aracy de Almeida.  Na adolescência, cantava bossa nova e outros ritmos em festas e, para ajudar a família, após o pai ser perseguido na ditadura por seus pensamentos de esquerda, passou a dar aula de música.

Na adolescência, inspirada pela bossa nova, começou a tocar violão e virou professora de música.

Desde que começou a fazer sucesso, na década de 1970, Beth se tornou uma das maiores intérpretes do gênero, frenquentadora assídua do Cacique de Ramos ajudou a revelar nomes como Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Mauro Diniz, Arlindo Cruz, Sobrinha, Zeca Pagodinho, Almir Guineto  e o grupo Fundo de Quintal.

Seu primeiro sucesso foi Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, que ela defendeu no Festival Internacional da Canção, em 1968, e com o qual conseguiu o 3º lugar.   A música também deu título ao seu primeiro LP, que foi lançado em 1969.  Emendou outros sucessos na sua voz, como o hino Vou Festejar, e eternizou Coisinha do Pai.  Gravou Folhas Secas, com Nelson Cavaquinho, e As Rosas Não Falam, de Cartola.

Mangueirense de coração, foi homenageada por outras escolas de samba.  Em 1984 foi tema de enredo da Unidos do Cabuçú, “Beth Carvalho, a Enamorada do Samba”, a agremiação foi campeã e subiu para o Grupo Especial.   Recebeu da Velha Guarda da Portela uma placa comemorativa por ter sido a cantora que mais gravou seus compositores.

Beth Carvalho vinha enfrentando um drama pessoal desde 2010, ela sofreu uma fissura no sacro, um osso localizado na base da coluna vertebral. Devido a esse problema, provocado por uma artrose no fêmur, Beth passou a se apresentar deitada em uma cama.

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