Ricardo Batalha do repique 

Ricardo Batalha do repique 

Por Luis Leite

Fotos: Arquivo pessoal

Nascido e criado na Rocinha, Ricardo Batalha começou a tocar no bloco Império da Gávea com 13 anos de idade. O bloco se fundiu aos outros blocos Sangue Jovem e Unidos da Rocinha e com a fusão surgiu a escola de samba Acadêmicos da Rocinha. Com 49 anos, Ricardo mora em São Conrado e divide seu coração por duas escolas de samba: Mocidade independente de Padre Miguel e a própria Rocinha.

Na Acadêmicos da Rocinha deu seus primeiros passos também como ritmista, passando pelo cargo de diretor e depois como mestre de bateria, graças, segundo ele, a Marcos César, mais conhecido como Bolacha, que está até hoje na agremiação.

Seu primeiro instrumento foi a caixa de 12 polegadas, mas Ricardo se identificou com o repique. Com exceção do tamborim, ele toca todos os instrumentos e não gosta de falar sobre as bossas, porque de acordo com ele “cada mestre de bateria trabalha de uma forma e cada um deles tem a sua característica”. No entanto, a bateria ideal na sua opinião seria: 12 marcações de 26, 12 marcações de 24, 14 marcações de 18, 24 chocalhos, 28 cuícas, 30 tamborins, 24 repiques e 90 caixas.

Batalha já desfilou como ritmista na Unidos da Tijuca, Viradouro, Mocidade, Salgueiro, Acadêmicos do Cubango, União do Parque Curicica, Imperatriz, Beija Flor e União da Ilha. Como diretor, já desfilou pela Grande Rio ao lado dos mestres Odilon e Thiago Diogo. E foi justamente pela escola de Caxias que Ricardo aponta como impecável o desfile da bateria. Por outro lado, da bossa que ele não se esquece foi a paradinha do funk da Viradouro, em 1997. Ele estava lá e foi campeão com o mestre Jorjão.

Admirador dos mestres de baterias Odilon, Lolo, Caliquinho, Júnior, Marcão, Paulão e Rodney; e dos ritmistas do repique Jagunço, Vitinho, Waguinho, Jaguara e Celsinho, Batalha pede mais valorização para os ritmistas por parte das escolas de samba e por isso não projeta nada para o futuro em relação à função: “Projetos para o futuro em relação à profissão de ritmista é meio complicado falar sobre isso, mas tem muito ritmista por aí desvalorizado, eu acho que poderia ter uma ajuda de custo pela agremiação que ele faz parte. Eu tenho o meu trabalho em função de completar a minha renda familiar. Ritmista tem quer ser valorizado”.

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