Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira ensaiam debaixo de chuva na Sapucaí

Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira ensaiam debaixo de chuva na Sapucaí
A Paraíso do Tuiuti trouxe um elemento cenográfico com a imagem de São Sebastião padroeiro da escola

Por Luis Leite

Nem mesmo a forte chuva que insistiu em cair na noite de domingo (20), foi capaz de afastar o público que prestigiou o segundo fim de semana de ensaios técnicos do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí.

A Paraíso do Tuiutí foi a primeira a entrar na avenida com enredo sobre as histórias de luta, sabedoria e resistência negra: “Ka ríba tí ÿe – Que nossos caminhos se abram”, do carnavalesco Paulo Barros. Com muita animação, a escola fez um ensaio arrebatador, e a comunidade mostrou toda sua força e um excelente canto, que se destacava na hora do refrão, contribuindo assim para uma boa evolução e harmonia.   

Nas veias do povo preto do meu Tuiuti

A comissão de frente trouxe 15 bailarinos mesclado de homens e mulheres pintados em dourado e branco, representando os guerreiros africanos.

Apesar da pista alagada e as rajadas de vento, devido ao temporal, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, encarou um grande desafio. Mesmo com bastante dificuldade para evoluir, a dupla conseguiu desenvolver muito bem os movimentos durante todo o percurso. Em alguns momentos, Dandara soube driblar bem o improviso sem deixar o pavilhão enrolar, o que prejudicaria a dança.

Princesa da bateria Mayara Lima ao lado do presidente da Paraíso do Tuiuti, Renato Tor

O destaque ficou para a bateria SuperSom, de mestre Marcão, que brindou o público exaltando a cadência sem perder o ritmo. Outra atração ficou por conta da princesa de bateria Mayara Lima, sambando em perfeita sincronia com os ritmistas da escola. O vídeo com a dancinha viralizou na internet na última semana. Ela repetiu a performance e foi muito aplaudida.

Chuva forte lá na Vila é garoa

Na sequência, a Unidos de Vila Isabel veio impulsionada por seus componentes que usaram a chuva como combustível para empolgar a plateia na Sapucaí, com o samba que descreve o enredo “Canta, canta, minha gente. A Vila é de Martinho!”. O homenageado participou do desfile em cima do carro de som cumprimentando o público nas frisas e arquibancadas.  Protegido por uma cobertura de lona para não se molhar, Martinho dançou e cantou ao som de sambas de sua autoria que foram entoados ainda no “esquenta” da agremiação, na voz de Tinga e seus auxiliares.

Outro destaque, porém, durante o ensaio foi a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Márcio Moura. O segmento exibiu uma faixa com os dizeres em referência às vítimas da pandemia da Covid-19 e ao refrão da escola para este carnaval: “Por nós e pelos 656 mil que nos deixaram: a vida vai melhorar”.

Além de reinar à frente dos ritmistas, Sabrina Sato sambou ao lado da cantora Mart’nália

A cantora e compositora Mart’nália, uma das filhas de Matinho da Vila, desfilou tocando xequerê ao lado da rainha de bateria Sabrina Sato, que celebrou o seu retorno à frente da Swingueira de Noel, após hiato de um ano. Além disso, a Japa ainda esbanjou simpatia, tirou foto e mandou beijos para o público que acompanhava a apresentação.

A tradicional Ala das Baianas deu um verdadeiro show de alegria e vitalidade na avenida.

A Estação Primeira relembra o passado Valei-me, Cartola, Jamelão e Delegado

Comissão de frente da Mangueira

A Estação Primeira de Mangueira encerrou a noite de ensaios com um desfile emocionante alavancado pelo samba-enredo em homenagem a três ícones da sua história: Cartola, Jamelão e Mestre Delegado.

A comissão de frente composta por homens representou os tradicionais malandros do Morro de Mangueira.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, fez uma brilhante apresentação esbanjando simpatia, elegância e competência.

O destaque ficou por conta da bateria de mestre Wesley com suas grandes convenções e ala de passistas que deu um show de samba no pé.

Evelyn Bastos veio à frente da bateria, vestida de poesia, representado “As rosas de Cartola”, inspiradas na canção do artista com um look transparente no tom de sua pele.

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