Márcio Alexandre Pinheiro Duarte, o Pelé da Vila Isabel
Por Luis Leite
Fotos: Arquivo pessoal
Márcio Alexandre Pinheiro Duarte, de 46 anos, é advogado, mora no Centro da cidade do Rio de Janeiro, é cria do bairro de Vila Isabel e torcedor da escola de Noel.
A sua vida como ritmista começou na Alegria da Passarela do Salgueiro, em 1987, com mestre Robinho, um dos filhos de Almir Guineto. Conheceu mestre Trambique, da Vila, e se aprimorou com os outros instrumentos.
“Minha formação rítmica começou com um repique, com o mestre Robinho, da Alegria da Passarela do Salgueiro, em 1987. Robinho era filho de Almir Guineto, e em 1989 fui apresentado ao mestre Trambique, da Vila Isabel, que fez aprimorar nos demais instrumentos de bateria. Hoje, gosto mais do tarol, mas toco todos os instrumentos de bateria”, explicou Márcio Alexandre.
Com a evolução e a exigências das paradinhas, Márcio salienta não ser a favor das bossas, pois segundo ele, elas atrapalham o desenvolvimento do samba, no entanto aponta a paradinha da Vila, em 2006, nas mãos de mestre Mug, como uma das melhores, quando a escola se sagrou campeã daquele ano: “Avalio as (paradinhas) atuais muito longas e de pouco impacto e contribuição para o samba. Na minha humilde opinião, elas atrapalham o desenvolvimento do samba, a evolução e o espetáculo. Apesar disso, a paradinha que eu gostei aconteceu em 2006, quando fui campeão pela Vila Isabel, tocando centrador microfonado na avenida (surdo de terceira) com mestre Mug à frente da bateria, e tiramos a nota máxima. Por outro lado, destaco como desfile impecável o do mestre Wallan, da Vila Isabel, ano retrasado, em todos os aspectos rítmicos e sonoros”.
Diferentemente de boa parte dos ritmistas que já passaram por diversas escolas, Pinheiro, ao longo de vários carnavais, desfilou em poucas escolas de samba. Uma delas não poderia deixar de ser a sua escola de coração: a Vila Isabel. “Só desfilei pela minha escola de coração, a Unidos de Vila Isabel, mas já desfilei no passado a convite de grandes amigos conquistados no mundo do samba, como por exemplo Caprichosos de Pilares, do mestre Paulo Renato; Tradição, do mestre Dacopê; Arranco, do mestre Pica Pau. Atualmente só desfilo na minha Vila Isabel”, destacou Márcio.
Fã de mestre Mug, Peri, Godô, Mauro Buriti e Vermelho, Márcio faz suas orações para Jesus Cristo abençoar o seus “irmãos” da Vila para que dê tudo certo durante os preparativos que antecedem o desfile na avenida. Para o futuro, Márcio planja dar prosseguimento à sua profissão de advogado, contudo aposta na profissionalização dos ritmistas: “Meus projetos por hora estão fincados na minha profissão de advogado. Porém, entendo que a profissionalização dos ritmistas seja plausível, mediante os exaustivos ensaios de quadra e de rua, dedicação e gastos financeiros. Ao ensejo, encerro saudando todas as baterias de escolas de samba e aproveito a oportunidade para agradecer por este espaço, para expor nossas ideias no âmbito das baterias de escola de samba”.