Marcelo Marques da Cruz, o Marcelo Bulldog do Badalo
Por Luis Leite
Fotos: Arquivo pessoal
Mais conhecido como Marcelo Bulldog, Marcelo Marques da Cruz nasceu no Centro da cidade e se criou em Santa Teresa. Atualmente, aos 48 anos, é segurança do Botafogo de Futebol e Regatas.
Marcelo percebeu o dom para tocar um instrumento no Bloco Badalo de Santa Teresa, quando tinha apenas 12 anos de idade. O primeiro contato foi com o repique, no entanto, a sua paixão é pelo surdo de primeira. E são justamente esses instrumentos que Bulldog tem mais intimidade para tocar, e ninguém botar defeito.
Diferentemente de uma boa parte dos ritmistas, Marcelo só saiu em três escolas: Alegria da Zona Sul, Estácio de Sá e Unidos da Tijuca. E foi na Tijuca e na Estácio, sua escola de coração, que Bulldog participou das melhores bossas. “A paradinha que eu mais gostei e que marcou foi da bateria da Estácio de Sá. A bossa no meio do samba, onde todos se agachavam e ergueram as mãos para o céu. Pela Unidos da Tijuca, no ano 2014, com enredo sobre o Ayrton Senna. A bossa foi na cabeça do samba, sensacional!”, ressaltou Marcelo.
Ainda sim, para que tudo dê certo na hora do desfile, Marcelo reza uma Ave Maria e pede proteção a São Jorge, o Santo Guerreiro. A devoção pelo santo é tão significante em sua vida, que ele aponta o desfile da Estácio de Sá, em 2016, como o desfile impecável. Naquele ano, a escola falou de São Jorge.
Admirador dos mestres Casagrande e Chuvisco, Bulldog tem optado por desfilar somente pela Estácio e pela Tijuca. E como inspiração desses mestres, ele colocaria, se diretor fosse, uma bateria mais “compacta, firme, com uma boa pegada e muito swing”.
Apesar da bagagem e ter iniciado sua vida em uma bateria muito cedo, Marcelo pretende se aposentar no próximo ano. No entanto, não esquece de destacar os ritmistas com quem compartilhou momentos inesquecíveis: “Admiro tantos ritmistas, porém destaco o Sandro Pio, o Lucas Barreiro, o Paulo e o Gugu, da Unidos da tijuca. Na Estácio de Sá, o Gaganja, o Magrão, o Batoré e o Júnior, todos feras da marcação”.
Com a aposentadoria musical se aproximando, Marcelo Bulldog não esquece de seus pares e pede respeito aos ritmistas. O pedido não é para menos, haja vista que, segundo ele, sem bateria e sem os ritmistas não há carnaval.