Luiz Carlos Amâncio, o craque da harmonia! 

Por Wander Timbalada
Foto: arquivo pessoal 

Morador de Cascadura, Luiz Carlos Amâncio começou sua trajetória na bateria da Caprichosos de Pilares como ritmista. Depois passou pelas baterias de diversas escolas, como: Tradição, Lins imperial, Santa Cruz, Grande Rio, Viradouro, Unidos da Tijuca e chegou a mestre de bateria na GRES. Vila Rica, no período de 1995 a 1996. 

Pelo Grupo Especial, a partir de 1999, por intermédio do saudoso Almir Fructuoso, começou a fazer parte da harmonia da Imperatriz Leopoldinense, onde recebeu os ensinamentos do próprio Almir, de Ricardo Fernandes, de Chopp e de Sérgio Professor. 

Em 2003, Amâncio assumiu a direção de Carnaval e de Harmonia do Boi da Ilha do Governador, permanecendo até 2005. Um ano mais tarde passou a ser diretor de Harmonia da Império da Tijuca e, entre os anos de 2007 e 2010, assumiu a Direção de Carnaval e de Harmonia da Renascer de Jacarepaguá.  

A partir do ano seguinte, dividindo seu trabalho na direção de carnaval e de harmonia, Luiz Carlos Amâncio passou por diversas escolas de samba: Porto da pedra, Cubango, Império da Tijuca, Tuiuti, Inocentes de Belford Roxo, Curicica e, desde 2021 está como diretor de Harmonia da Paraíso do Tuiuti.  

OBatuque.com – O diretor de harmonia é o grande responsável pela organização da escola, tanto dentro da quadra quanto na avenida e também tem que dar conta sobre o desempenho de todo o contingente em relação a um entrosamento entre os segmentos e o público. Vocês são bem-remunerados e valorizados em relação a essa função? 
Luiz Carlos Amâncio – Só acho que o diretor de harmonia tem que receber mais respeito, mais carinho e mais valor diante da grande responsabilidade que temos. A gente gerencia a escola toda e temos muito pouco reconhecimento, só cobranças. E até nos quesitos que não temos responsabilidade, ajudamos, e quando dá certo, as glórias são daquele setor, mas quando dá errado, tentam jogar na nossa conta os erros deles, ou seja, tudo no desfile fica nas costas da harmonia. Num desfile, acontecem vários erros. Aí todos falam: “foi a harmonia”, e quando a escola faz um bom desfile ou até mesmo tem uma boa colocação, se esquecem dessa harmonia. Então, eu acho muito cruel, às vezes. 

OBatuque.com – O andamento da largada do desfile é de suma importância para o sucesso ou para o insucesso da escola. O que você tem a dizer a respeito disso? 
Luiz Carlos Amâncio – Colocamos um andamento onde temos que analisar toda a escola. Não podemos errar no andamento, mas às vezes a comissão quer correr, o casal que vem atrás não acompanha esse tempo, e a bateria para, ainda quando os carros não entram direito na avenida, vêm tudo pra nossa conta. 

OBatuque.com – A função da direção de carnaval veio tirar o brilho e o valor do diretor de harmonia ou os dois juntos são de suma importância para se realize excelentes trabalhos para o carnaval de uma agremiação? 
Luiz Carlos Amâncio – Meu convívio com o diretor de Carnaval sempre foi saudável, pois como um diretor de Harmonia vou ter que trabalhar juntamente com um diretor de Carnaval, pois o mesmo tem ingerência em toda a escola e principalmente na execução do carnaval no desfile. Então é inevitável não se integrar um ao outro, e graças a Deus sempre foi legal e sempre busquei me relacionar bem ao trabalho dele e falar a mesma linguagem, pois, na verdade, um depende do outro. 

OBatuque.com – Projeto no carnaval? 
Luiz Carlos Amâncio – Eu faço todos os anos um projeto onde sempre revejo meus harmonias. 

OBatuque.com – Recado para os harmonias? 
Luiz Carlos Amâncio – Vamos nos unir cada vez mais, harmonia! Porque só quem cuida da harmonia é o verdadeiro harmonia. 

OBatuque.com – Agradecimentos? 
Luiz Carlos Amâncio – Para aqueles que me ensinaram, eu sempre agradeço em todos as entrevistas. Eles são imortais na minha vida. Obrigado, meu mestre Chopp, Sérgio Professor e meu querido amigo Almir Fructuoso, que está fazendo falta no nosso carnaval. O cara que me ensinou a puxar a escola e a dar todo o andamento. 

OBatuque.com – Uma mensagem para o carnaval? 
Luiz Carlos Amâncio – Muito obrigado, Ricardo Fernandes! Você está fazendo falta no carnaval.