Diogo Oliveira, mais conhecido como Coringa do tamborim
Por Luis Leite
Fotos: Arquivo pessoal
Foi com por volta dos 6 anos de idade que Diogo Oliveira, mais conhecido como Coringa, começou a ter o gosto pelo tamborim. Naquela época, Coringa pegava os espetos churrasco, latinha de refrigerante vazia e ficava imitando a batida de tamborim, até o dia que participou de um ensaio da escola mirim Aprendizes do Salgueiro, em 1996. A partir daí, não parou mais. Hoje, aos 34 anos, toca um carreteiro para ninguém botar defeito.
Criado no bairro do Estácio, o torcedor da Unidos de Tijuca Diogo Oliveira é morador do Rocha e formado em logística pela Universidade Estácio de Sá (Unesa). Segundo ele, apesar de ter o tamborim como instrumento predileto, Diogo “engana” em quase todos os instrumentos e já desfilou em cerca de 23 escolas. Foram tantas que ele não sabe ao certo: “Tocar de verdade, só tamborim mesmo, mas dá para enganar em quase todos os instrumentos da bateria, exceto no repique. Agora, já desfilei tocando caixa e surdo de 1ª. Depois de ter desfilado no Aprendizes do Salgueiro, já desfilei em quase todas escolas, sou velho nisso. Já saí no Salgueiro, Tijuca, Vila, Estácio, São Clemente, Tuiuti, Mocidade, Imperatriz, Rocinha, Império Serrano, Império da Tijuca, Santa Cruz, Lins, Vizinha, Beija-Flor, Renascer, Vila Rica, Porto da Pedra, Caprichosos, Tradição, Leão de Nova Iguaçu, Unidos da Ponte, Boi da Ilha… acho que foram essas”.
Admirador dos mestres Ricardinho, Celinho e Casagrande, Coringa aponta o desfile de 2014, da Unidos da Tijuca, quando a agremiação homenageou Ayrton Senna e foi campeã, como o melhor desfile de todos que participou. No entanto, não se esquece das bossas da bateria nos anos de 2003, 2006 e 2009, como as que ele mais admira até hoje: “São anos desfilando. Gostei de várias bossas, especialmente as da bateria da Tijuca. A bossa da cabeça do samba de Obatalá, em 2003; a bossa do início da segunda do samba ouvindo tudo que vejo, de 2006; e bossa da cabeça do samba da nave, em 2009.
Apesar de admirar as paradinhas, Diogo prefere o ritmo às bossas. Preza também por uma boa afinação, uma boa batida de caixa, um bom desenho de tamborim, todavia ressalta que o regulamento tem que ser cumprido. “Se hoje todas as baterias são obrigadas a fazer bossas, se a bossa estiver dentro da melodia do samba e não for muito grande, acho que não atrapalha, mas se passar um pouco do ponto, acaba prejudicando o andamento do desfile”, destacou.
Frequentador dominical da Igreja Católica, Coringa não esquece de rezar e falar com os padres para pedir proteção divina para a sua família. Muito familiar no seu ponto de vista, aponta seu irmão, o Ramon, como o melhor ritmista de tamborim, porém não se esquece dos integrantes de sua ala.
Se mestre fosse, Diogo utilizaria a mesma formação que é usada na bateria Unidos da Tijuca, com 272 ritmistas, divididos entre cuícas, chocalhos, tamborins, caixas no alto, repiques, 1ª, 2ª e 3ª. Pensando mais adiante, o ritmista planeja tocar seu tamborim por um longo tempo e depois entrar para a velha guarda da Pura Cadência, como é carinhosamente chamada a bateria da escola do Borel. Por fim, para ratificar o que ele contou para a nossa reportagem, Coringa faz o convite aos admiradores dos samba e do carnaval: “Todos estão convidados para curtir os nossos ensaios de bateria lá na Tijuca”.