Carnavalesco Alex Carvalho assina cenografia de exposição
A exposição “OCEE – Omolu | A Cura” estreia no próximo dia 17 de maio, às 10h, na Cidade das Artes, com o objetivo de trazer o sagrado sob as lentes de Bendito Benedito, que registra a arte de terreiro de uma iniciação de uma muzenza, mona nkisi Nsumbu (pessoa iniciada, filha da divindade Nsumbu, divindade ligada à terra, à cura e pertencente ao panteão de divindades do povo bantu) dentro do Candomblé (Nação Angola). A mostra atua em prol ao combate à intolerância religiosa e une a arte à religião com elementos de artes visuais que remetem à divindade Omolu e as características do seu culto.
Assinando a cenografia da exposição está Alex Carvalho, artista plástico e carnavalesco com grande experiência em exposições e espetáculos diversos, seja como cenógrafo ou na concepção de figurinos. Alex começou no Carnaval Virtual em 2020 e chegou ao Carnaval carioca com a Chatuba de Mesquita, levando o Prêmio Samba na Veia de Carnavalesco Revelação do ano. Hoje atua como parte da equipe de criação do carnavalesco Lucas Milato na Unidos de Padre Miguel, como diretor criativo da Belfort Produções e, recentemente, ilustrou a capa do livro “Mães Pretas”.
“A bagagem que carrego na minha trajetória artística se faz muito útil e necessária para qualquer projeto no qual a criatividade e o amor pelo que se faz são importantes, porém esse tem um tom especial. Ele dialoga muito com meu último trabalho no carnaval onde o enredo falava sobre o jogo de búzios, oráculo dos Orixás e meio de comunicação entre o orum e o ayê. Ao tratar de um tema próprio da africanidade e religiosidade, pude desenvolver melhores ideias. Por isso, a minha carreira no carnaval e no teatro são grandes influências nessa exposição”, destaca Alex.
O desenvolvimento da cenografia “OCEE – Omolu | A Cura” trouxe desafios relevantes para que tudo tivesse uma leitura verdadeiramente poética sobre o Orixá. Todo o projeto traz uma perspectiva nova sobre um tema, o que torna enriquecedora a oportunidade de agregar isso ao trabalho do artista: “Nessa exposição o encontro com o Orixá aconteceu de fato: os materiais, cheiros, texturas e tudo que envolve o trabalho no que diz respeito à questão visual e cenográfica remete a Omolu. A pesquisa foi muito próspera para se chegar nos conceitos estéticos apresentados ao usar muita criatividade e, principalmente, valorizar os fundamentos e liturgia das religiões de matriz africana”, explica.
Alex ainda acredita que este trabalho se torna mais especial por ter uma energia que possibilita remeter a força da divindade: “Algo muito nítido nessa exposição que se torna uma assinatura de fato é o trabalho rústico e artesanal que o próprio Omolu já pede. Não de forma direta ou simplória, mas é perceptível que desde de suas características visuais, e até nas espirituais, a simplicidade e a beleza da rusticidade estão presentes. Desde os acabamentos às pinturas há uma estética mais orgânica e natural. Logo, em tudo que foi construído conseguimos trazer essa essência do Orixá”.
A exposição “OCEE – Omolu | A Cura” faz parte da programação dos dez anos da Cidade das Artes, marca os doze anos da Sanuto Produções e fica em exibição de 17 de maio a 30 de junho na Cidade das Artes, que fica localizada na Avenida das Américas, 5300, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro. O espaço fica aberto das 10h às 19h, de terça a domingo, com entrada gratuita. A classificação é livre.