Carnaval 2024: Escolas da Série Ouro e do Especial abrem a temporada de ensaios no Sambódromo

Por Luis Leite
Nesse fim de semana, foi dada a largada para a temporada de ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí rumo ao Carnaval 2024.
Apesar do forte calor, o público lotou as arquibancadas e frisas do Sambódromo, na noite deste domingo (7), para acompanhar de perto as escolas de samba do Grupo Especial: Unidos do Porto da Pedra e Mocidade Independente de Padre Miguel mostraram na avenida um pouco do que estão preparando para os desfiles oficiais.
De volta à elite do carnaval carioca, o Tigre de São Gonçalo foi a primeira agremiação a cruzar a pista de desfile trazendo a magia, inspiração e a sabedoria com o enredo “Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes.
O tema abordará o livro mais antigo do nordeste, escrito por Antônio Nóbrega, ilustrado com xilogravuras. Trata-se de um almanaque que remete à era medieval, um guia secular para a medicina, agricultura e pecuária.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Rodrigo França e Denadir Garcia, apresentou uma dança clássica com movimentos firmes e sincronizados. Na ocasião, a dupla optou por um figurino simples da cor dourada.
Um dos destaques foi a evolução e o canto forte dos componentes impulsionado pelo intérprete Wantuir que está de volta à Vermelha e Branco após 25 anos.
Chão de estrelas: grande parte das alas trouxeram lanternas que eram acesas no momento em que o verso dizia: “Quem acendeu as lamparinas desse céu”? surtindo um efeito de luzes coloridas em todo o conjunto.

Esbanjando samba no pé e carisma, Tati Minerato reinou à frente dos seus ritmistas com muita maestria. A beldade foi bastante ovacionada no decorrer de suas apresentações.

O espetáculo também teve como protagonista o mestre Pablo caracterizado de Jerónimo Cortés comandando o “Ritmo Feroz” com suas ousadas paradinhas e convenções.
Mocidade Independente de Padre Miguel

Cajufolia
Logo em seguida foi a vez da Mocidade, que distribuiu cerca de 10 mil litros de suco nos primeiros setores da Passarela, refrescando a garganta dos foliões em alusão ao enredo “Pede Caju Que Dou… Pé de Caju Que Dá!”, que fala sobre a fruta do cajueiro, com suas histórias, lendas e curiosidades, explorando sua simbologia tropicalista e genuinamente brasileira, desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira.
Apesar do atraso de uma hora, devido a um grave problema em razão de falhas no carro de som, a escola fez um desfile leve, contagiante e sensual. A pane também atrapalhou toda a logística de retorno da comunidade da Vila Vintém, que perdeu seus meios de transporte para a Zona Oeste.
Aclamado o melhor da safra, o samba-enredo foi cantado a plenos pulmões pelos torcedores e independentes, tendo como ponto alto o refrão principal que caiu no gosto popular. Na plataforma musical a canção chegou ao Top 1 do Spotify Viral Rio.
Quem chamou atenção, foi o humorista Marcelo Adnet em cima de um tripé do abre-alas acenando para o povão. Ele que é um dos compositores do samba.
O pecado é devorar

A comissão de frente liderada por Paulo Pinna trouxe homens e mulheres simbolizando a tropicalidade brasileira. Em um determinado momento da performance, as bailarinas levantavam as saias deixando os marmanjos da plateia enlouquecidos.

Conduzindo o pavilhão em alta intensidade, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, mostrou uma sintonia perfeita durante o bailado, além da coreografia com passos marcados em menção ao enredo.
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Grupo da Série Ouro
Na noite de sábado (6), quatro agremiações da Série Ouro da Liga-RJ iniciaram seus trabalhos na avenida: União de Parque Acari, Arranco do Engenho de Dentro, Império da Tijuca e Estácio de Sá foram responsáveis por abrir as portas no primeiro dia de ensaio na Sapucaí.