Salgueiro e Portela agitam o público na Sapucaí

Salgueiro e Portela agitam o público na Sapucaí

Por Luis Leite

Na noite desse domingo (5), cerca de 50 mil pessoas entre foliões e torcidas organizadas, ocuparam frisas e arquibancadas do Sambódromo para acompanhar de perto os ensaios técnicos do Salgueiro e da Portela. Apesar do forte calor, o público e componentes das escolas demonstraram disposição e suaram a camisa ao cair no samba.

O Acadêmicos do Salgueiro foi a primeira escola a fazer seu treino, de olho nos ‘Delírios de um paraíso vermelho’, idealizado pelo carnavalesco Edson Pereira. A Vermelho e Branco da Tijuca vai falar sobre a liberdade de expressão e a construção que cada ser humano faz do seu próprio ideal de paraíso. A agremiação também vai exaltar Joãozinho Trinta.

Antes do esquenta, o presidente da escola, André Vaz, fez alguns agradecimentos e prestou uma grande homenagem a dois ícones: o intérprete Quinho, que se recupera de um grave problema de saúde, e a jornalista Glória Maria, que morreu na última quinta-feira (2).

Sob o comando do coreógrafo Patrick Carvalho, a comissão de frente trouxe um figurino nas cores em preto e branco, preparado especialmente para o evento, personificando a volta dos remidos. De grande impacto deu mostras claras de que virá repleta de surpresas.

Já o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei Santos e Marcella Alves, com bastante intensidade, realizou uma excelente apresentação. Entre o bailado e o cortejo clássico, os movimentos da dupla estavam muito bem sincronizados e baseados na letra do samba.

A comunidade salgueirense cantou o samba a plenos pulmões, formando um refrão primoroso que mostrou-se funcional, impulsionado pelo intérprete Emerson Dias e seu carro de som. As alas evoluíram soltas e animadas. Uma delas, coreografada e dividida em dois grupos, interagia com uma alegoria que simbolizava o fruto proibido.

Melhor viver sem preconceito – Com grito de liberdade, a ala LGBTQIA+ passou a mensagem em defesa da diversidade.

Na batida do tambor – A bateria Furiosa, dos mestres Guilherme e Gustavo, com ritmo firme e cadenciado contagiou a galera da Sapucaí realizando bossas e convenções de tirar o fôlego.

Que pecado! – Comumente chamada pelos seguidores de rainha das rainhas, Viviane Araújo veio à frente dos ritmistas usando uma fantasia transparente em referência ao “pecado original”. Com uma maçã na cabeça e serpente enroscada no braço esquerdo, a beldade fez alusão ao primeiro pecado da humanidade cometido por Adão e Eva no Jardim do Éden.

Saia-justa – A musa Dandara Mariana viveu momentos de tensão após seu figurino arrebentar no meio da avenida. Mesmo constrangida, a atriz não perdeu o rebolado e continuou sambando com um top, que deixava seus seios à mostra.  Ela improvisou com uma saia curtinha da cor prata, presa com alfinetes.

Mc Rebecca impressiona com todo seu samba no pé. A cantora na ocasião, optou pelo look bem ousado deixando suas curvas em evidência.

As baianas da Tia Glorinha além de estar elegante foi bastante aplaudida durante todo o desfile.

Encerrando a noite em grande estilo, a Portela trouxe para avenida, “O azul que vem do infinito”, de autoria dos carnavalescos Renato e Márcia Lage. O enredo vai falar sobre o seu centenário a partir do olhar de cinco personagens, que, em seus períodos de vida e protagonismo, contemplam toda a história da escola.

Ao entrar na Sapucaí, os portelenses prestaram uma homenagem às rainhas que já brilharam à frente da Tabajara do Samba, como Luíza Brunet, Adriane Galisteu e Sheron Menezzes. Elas foram convidadas por Bianca Monteiro, atual ocupante do posto, que se apresentou ao lado das ex-majestades e foi ovacionada por onde passou na avenida.

O ensaio foi marcado pela forte emoção dos componentes que com muita garra cantaram uniformemente o samba-enredo. Adiante de uma evolução impecável, as alas estavam perfeitamente distribuídas, sem apresentar espaçamentos preenchendo inclusive as laterais.

Abrilhantando a festa, escola de Madureira contou com sua torcida organizada, entre elas, a Guerreiros da Águia e Sangue Azul presentes nos setores 3 e 4 do Sambódromo.

Destaque para a ala de passistas que mesmo descalça seguiu com muito samba no pé.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Lucinha Nobre, mostrou muita simpatia e elegância em seu bailado. Com passos coreografados incrementaram ainda mais as performances.

Tia Surica, da Velha Guarda Show, teve lugar de destaque: desfilou em cima de um tripé, sob as asas da águia, símbolo maior da agremiação.

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