Eliane Faria e o samba que passa em sua vida 

Eliane Faria e o samba que passa em sua vida 
Arquivo Pessoal

Por Wander Timbalada 

Filha de Paulinho da Viola, Eliane Faria completa neste ano 29 primaveras de carreira musical. Moradora do Grajaú, em 2009 Eliane passou a compor samba-enredo na Portela, sua escola de coração, por “culpa”, segundo ela, do próprio entrevistador. Nesse ano, formou parceria com Alexandre Baía e Jair PQD, para descrever o enredo “E Por Falar de Amor, Onde Anda Você” e quase foi vencedora da competição. No ano passado, Faria participou, ao lado de Marquinho do Pandeiro, Eli Penteado, Edivaldo Gonçalves, André Ricardo e Juninho Luang, da disputa de samba que homenageará o centenário da escola em 2023. Não foi vencedora, porém afirma que pretende gravar essa composição. Nesta entrevista, Eliane Faria comenta sobre todo o processo que envolve as disputas de samba-enredo e sobre suas referências musicais.

OBatuque.com – Como você analisa as oportunidades dadas a um compositor para gravar uma música com um artista famoso? É fácil, difícil ou desigual?
Eliane Faria
– A meu ver não é fácil. Tudo dependerá do fator sorte, talento, conhecer as pessoas certas naquela hora e em momentos certos, mas depois que consegue, as portas se abrem. Conheço muitos no dia de hoje esperando uma oportunidade para serem gravados por algum artista de expressão. 

OBatuque.com – Você acha certo o nome de um compositor, dentro de uma competição, influenciar um concurso de samba-enredo?
Eliane Faria
– Certo não é, mas é muito comum. 

Eliane ao lado do pai, Paulinho da Viola

OBatuque.com – Você acha que torcida tem que ser critério para julgamento dentro de uma disputa de sambas-enredos?
Eliane Faria
– Eu não acho, mas é o que acontece algumas vezes. O importante é não desistir. 

OBatuque.com – Como filha de Paulinho da Viola, qual é a visão que você tem dos sambas antológicos que até hoje são sucesso em relação aos sambas dos dias de hoje?
Eliane Faria
– A importância desses sambas para a nossa cultura é um grande ponto. Me diga um samba de 2017? A maioria das pessoas nem lembra. Nem mesmo os componentes da própria escola. Antigamente os sambas eram dentro do enredo, com belas letras e melodias. Hoje temos pouquíssimas obras bonitas. Antigamente, quando um bom samba era cantado na quadra ou na avenida, todos cantavam. Hoje a comunidade aprende na marra para poder desfilar.

OBatuque.com – Um nome como referência no carnaval que deveria ser eternizado pela sua trajetória?
Eliane Faria
– Existem vários nomes, mas fico com Paulo da Portela, pela sua história, não só importante para o carnaval, como para a história da Portela, bem como para os sambistas e para o mundo do samba.  

OBatuque.com – O que você prepara para o público hoje dentro da sua carreira?
Eliane Faria
– O show “Simplesmente Paulinho 80 Anos”, uma singela homenagem ao meu pai. 

OBatuque.com – Um ídolo musical?
Eliane Faria
– Meu pai, Paulinho da Viola, por tudo o que ele construiu e representa para a MPB. 

OBatuque.com – Uma mensagem para o público brasileiro.
Eliane Faria
– Mais amor e mais samba. 

Gostou na matéria? Dê o seu comentário.