Tuiuti, Beija-Flor e Mangueira agitam o público nos ensaios técnicos da Sapucaí

Tuiuti, Beija-Flor e Mangueira agitam o público nos ensaios técnicos da Sapucaí
Fotos: Dhavid Noramanto e Henrique Matos/Divulgação

Por Luis Leite

Na noite desse sábado (1º), cerca de 58 mil pessoas ocuparam as frisas e arquibancadas do Sambódromo para assistir Paraíso do Tuiuti, Beija-Flor de Nilópolis e Mangueira.  Os treinos marcaram o segundo dia de ensaios técnicos das escolas do Grupo Especial.

Abrindo o desfile, a Paraíso do Tuiuti trouxe para avenida o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, que aborda a história da primeira travesti brasileira não indígena. A agremiação de São Cristóvão ressaltou também a importância de ampliar a voz da comunidade LGBTQIAPN+.

Impactante, a comissão de frente composta por bailarinas transexuais representou diversidade e a luta pela igualdade racial.

A bateria “SuperSom” sob a regência do mestre Marcão também foi um dos destaques, com a Ala de Chocalhos em sincronia vestida nas cores da bandeira arco-íris.

Reinando absoluta à frente dos ritmistas, Mayara Lima encantou o público com seu samba no pé. Deslumbrante, a beldade investiu em uma fantasia cravejada de cristais.

“Acima de tudo uma celebração às travestis que existem e resistem apesar do preconceito racial, social e de gênero. Por isso, me visto do brilho que emana da vida de todas as Xicas que se levantam diante das armadilhas do patriarcado. Das Xicas que nasceram para encantar o mundo com o seu talento, leveza e bom humor. Xicas que brilham por serem Xicas, por ousarem ser exatamente o que são”, afirmou Mayara.

Logo em seguida foi a vez da Beija-Flor com o enredo “Laíla de todos os Santos, Laíla de todos os sambas”, um tributo a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o eterno mestre Laíla, onde trabalhou durante 37 anos pela escola Nilopolitana.

A comissão de frente, comandada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon, levou um grupo de homens vestidos com saias forradas de saco de lixo, entre eles um Exu sobre pernas de pau que acompanhou a evolução do elenco. De grande embate deu pista que irá surpreender.

O ensejo marcante foi a presença do intérprete oficial, Neguinho da Beija-Flor, que emocionou a arquibancada do setor 1 ao anunciar que se aposentará do cargo após o carnaval.

Grávida, Lorena Raíssa exibiu seu talento com muita energia esbanjando carisma e beleza. A rainha de bateria brilhou com figurino composto de patuás.

A Mangueira fechou a noite com o enredo “A flor da Terra: no Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, que narra o passado da população negra no Rio. O tema é desenvolvido pelo Sidnei França.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Cintya Santos, conduziu o pavilhão enquanto utilizava trajes típicos da cultura banto.

A bateria dos mestres Taranta Neto e Rodrigo Explosão foi um dos pontos altos do desfile, através de suas as grandes performances inovadoras, colocou a multidão cantando à capela o samba no paradão principal com direito a fogos de artifícios.

Já os passistas vieram com uma dancinha na parte da bossa funk, expressão artística comum das comunidades periféricas. Apesar da ousadia, a Verde e Rosa enfrentou problemas em seu carro de som no início do desfile.

Com muita elegância, samba no pé e gingado, Evelyn Bastos mostrou um entrosamento perfeito diante dos ritmistas, que realçou ainda mais sua ótima forma física. Ela simbolizou em seu traje “Njinga a Mbande”, a rainha Ginga do reino de Matamba.

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